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Ontem, em antestreia Spring Breakers reuniu, no S. Jorge em Lisboa, uma plateia bastante peculiar: por um lado os enormes fãs das actrizes Disney que não precisam de ser mencionadas e do outro lado, completamente oposto, todas as pessoas que fazem filmes ou gostam de filmes.
Harmony Korine com Spring Breakers vem continuar o seu trabalho na ramo da sexualidade juvenil iniciado com Kids - quem se lembra de Kids?. De uma forma bastante crua, nua - literalmente - e sarcástica. Harmony faz dois filmes, um para os fãs das meninas Disney e outro para quem estiver disposto a ler nas entrelinhas: e o que nelas está? Uma forte critica a todo o movimento Spring Break, idealizado por todos os que dele fazem parte. Visto desta forma é um filme hilariante em que James Franco mostra do que um actor é realmente feito.
Melhor do que um gangster a cantar Britney Spears, só mesmo,
o James Franco acting like a mother fucker gangster a cantar Britney Spears.
"Sgt. John O'Mara: Every man wears a badge."
Gangster Squad por Ruben Fleischer invoca o noir à muito esquecido por Hollywood e volta a trazer à vida os anos 40 com tudo o que lhe é devido, mulheres, glamour, muito estilo, poder de pólvora e gangsters. É simpático, de vez em quando, ser surpreendido por um filme destes. Pela ronda que fiz, a critica, não lhe achou piada nenhuma, mas na verdade, eu e a critica nunca nos entendemos. Pelo que, grande filme!
O que se destaca é realmente a fotografia, com ligeiro toque noir que é um verdadeiro regalo para as pupilas de qualquer um. Obviamente, é um filme que fica muito à caiem, se comparado com o Road to Perdition pelo Sam Mendes. O que em nada perde, visto que, apesar de girarem sobre a mesma temática ambos tem intenções e vozes completamente diferentes, sendo que o por Ruben Fleischer é um filme mais soft, produzido por grandes produtoras que tem como target as massas. E desde quando isso é mau? Nunca. De certo não é um candidato a um Óscar, mas que é um excelente filme de gangsters é. E que devia de haver mais assim, devia!
No elenco o casal maravilha, Emma Stone e Ryan Thomas Gosling, Sean Penn, o super mafioso e Josh Brolin, dos poucos policias de L.A. que se recusam a serem comprados.
E, quase me esquecia, Carmen Miranda dá o seu toque com Chica Chica Boom Chic, para quem não se lembra.
De tudo só me chateou o último plano, odeio, odeio, odeio, quando terminam um filme com um plano que se afasta dos personagens, é tão cliché, filme de domingo à tarde, com uma loira burra e um gajo que diz piadas giras...
Upside Down caiu na teia cibernauta antes de sequer estreiar em sala.
As vezes isto acontece, mas são raras as vezes em que a qualidade é tão boa. O que levanta perguntas e faz de qualquer um, um pirata por umas horas. A curiosidade não se mata. Alimenta-se. E por isso... vi e lá terei que ir compensar o meu pecado lá para meados de Março. E não vou obrigada!
Esteticamente falando é lindo. Narrativamente falando, tem incoerências e vive daquilo a que os cinematógrafos chamam de "Deus Todo Poderoso" ou simplesmente "Eu posso, quero e tenho". Basicamente, a narrativa é manipulada por quem a escreveu de forma a servir-lo e não à história o que por vezes lança perguntas do género "Então mas porque é que ele não fez x?" sendo que a responda acaba sempre por ser "Porque assim não havia filme".
Um pequeno erro que não impediu Juan Solanas de fazer este filme com a Kristen Dunst, mas que certamente não será esquecido pela critica.
A 2D ou a 3D a 48 frames por segundo? Eis a resposta...
Para alguém como eu que nunca ficou impressionada pela tecnologia 3D. Ver o Hobbit em 3D só aconteceu por causa da novidade acrescentada pelos 48 frames. Para quem não sabe nada das tecnicidades do cinema é simples: um filme é mais nada do que um conjunto de fotografias que reproduzidas a grande velocidade criam a ilusão de movimento, sendo que a velocidade é 25 frames - fotografias - por segundo. Depois isto varia dependendo do país e se é televisão ou cinema mas o standard são os 25 frames.
48 frames por segundo é quase o dobro do normal pelo que só por si cria uma enorme expectativa e curiosidade sobre o que isso poderá influenciar no resultado final. E avanço já, para quem ainda não viu, é uma experiencia que vale só por si. Mas é muito mais que isso. A qualidade de imagem é talvez a melhor que já experienciei numa sala de cinema até hoje. Mas o que é isso? É a nitidez, desde conseguirmos ver o mais ínfimo cabelo da barba do Gandalf que está em primeiro plano para vermos os mais ínfimos detalhes de todo o cenário que o envolve. E porque é que isso é importante? Bem acho que é daquelas coisas que só damos valor quando não as temos.
Eu fui ver o Hobbit em 3D a 48 frames na passada quinta-feira e ontem a 2D e as diferenças são estrondosas ao ponto de me fazerem dizer: se forem ver ao cinema vejam a 3D e a 48 frames (porque há salas que passam a 25) sei que o preço do bilhete é caro, mas vale a pena. Prometo.
Quanto ao filme. É o Senhor dos Anéis com outro nome e é realizado pelo grande Peter Jackson. É preciso dizer mais alguma coisa? Para os fãs duvido. Para quem nunca gostou, bem, nem que fosse a mil frames lhes valia.
A semana passada fui uma das poucas pessoas que tiveram oportunidade de ver o novo filme dos irmãos Wachowski e Tom Tykwer "Cloud Atlas" duas semanas antes da estreia em Portugal, no Lisbon & Estoril Film Festival. E que filme!
Os primeiros 15/20 minutos são a meu ver uma competição de avalanches com o objectivo de descobrir quem é que chega ao sopé mais rápido e com o maior numero de vitimas. O vencedor é que não ficou muito claro. Antes de a competição terminar já não havia ninguém para quotar as pontuações.
Na sessão a que fui, felizmente não houve baixas, mas houve várias vitimas de uma confusa, distorcida e brincalhona narrativa que pede mais do que "puxar pela cabeça". Apenas, claro, se for capaz de suster a respiração durante duas horas e meia enquanto mantêm os olhos abertos sem pestanejar é que só assim não perderá o fio à miada. Ou poderá admitir a derrota, desfrutar da sua incapacidade de compreender e optar por revê-lo as vezes que forem necessárias até finalmente ter uma opinião mais ou menos fácil de explicar sem se baralhar todo e terminar com um simples "Ou não.".
São estes filmes que abanam o mundo do cinema e vêem, por vezes, trazer um pouco de animo à coisa e dizer-nos que afinal não sabemos tudo e que ainda há gente capaz de nos surpreender. E que isso nunca acabe. Cloud Atlas é um enigma que não trás a resposta correcta na última página do livro. E muito menos é um daqueles enigmas que morre com a resposta correcta. Porque não tem uma. Ou pelo menos gosto de achar que não tem. Cloud Atlas é um bom filme para ver com amigos, ir a uma sessão com intervalo para debater as suspeitas e teorias e marcar um café para depois onde cada um dirá as suas conclusões e aviso já, porque não resisto, que ninguém terá as mesmas.
Julgo que não vale a pena dizer o quanto a Direcção de Arte está de parabéns em todos os aspectos, desde dos cenários à caracterização é simplesmente fantástico e um obvio candidato, se não vencedor, ao Óscar.
Fiquei apenas desiludida com o facto de a história em nada ter haver com o livro que um dos personagens fica viciado. Pelo trailer achei que fosse esse o agente reactor mas não passa apenas de um pormenor...