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A semana passada fui uma das poucas pessoas que tiveram oportunidade de ver o novo filme dos irmãos Wachowski e Tom Tykwer "Cloud Atlas" duas semanas antes da estreia em Portugal, no Lisbon & Estoril Film Festival. E que filme!
Os primeiros 15/20 minutos são a meu ver uma competição de avalanches com o objectivo de descobrir quem é que chega ao sopé mais rápido e com o maior numero de vitimas. O vencedor é que não ficou muito claro. Antes de a competição terminar já não havia ninguém para quotar as pontuações.
Na sessão a que fui, felizmente não houve baixas, mas houve várias vitimas de uma confusa, distorcida e brincalhona narrativa que pede mais do que "puxar pela cabeça". Apenas, claro, se for capaz de suster a respiração durante duas horas e meia enquanto mantêm os olhos abertos sem pestanejar é que só assim não perderá o fio à miada. Ou poderá admitir a derrota, desfrutar da sua incapacidade de compreender e optar por revê-lo as vezes que forem necessárias até finalmente ter uma opinião mais ou menos fácil de explicar sem se baralhar todo e terminar com um simples "Ou não.".
São estes filmes que abanam o mundo do cinema e vêem, por vezes, trazer um pouco de animo à coisa e dizer-nos que afinal não sabemos tudo e que ainda há gente capaz de nos surpreender. E que isso nunca acabe. Cloud Atlas é um enigma que não trás a resposta correcta na última página do livro. E muito menos é um daqueles enigmas que morre com a resposta correcta. Porque não tem uma. Ou pelo menos gosto de achar que não tem. Cloud Atlas é um bom filme para ver com amigos, ir a uma sessão com intervalo para debater as suspeitas e teorias e marcar um café para depois onde cada um dirá as suas conclusões e aviso já, porque não resisto, que ninguém terá as mesmas.
Julgo que não vale a pena dizer o quanto a Direcção de Arte está de parabéns em todos os aspectos, desde dos cenários à caracterização é simplesmente fantástico e um obvio candidato, se não vencedor, ao Óscar.
Fiquei apenas desiludida com o facto de a história em nada ter haver com o livro que um dos personagens fica viciado. Pelo trailer achei que fosse esse o agente reactor mas não passa apenas de um pormenor...
Os trailers que se calhar não viste e devias ter visto. Todos juntos, sem critérios, tipo salada russa.
Sr. Produtor: Sim?!
Eu: É só para avisar que também quero uma destas.
Sr. Produtor: Mas e precisa?
Eu: Se o Sr. Kubrick precisa eu também.
Rapidinha é uma rubrica - ou não - para quando tiver mais do que um filme para falar e não me apetecer escrever muito - ou não.
Woody Allen apresenta "To Rome with Love" quase irmão gémio de "Midnight in Paris" mas mais feinho. Tem tudo o que há de bom num filme de e com Woody Allen, mas falta aquele toque mágico que só ele sabe criar que em "Midnight in Paris" ele conseguiu tão bem... Contudo é um óptimo e bem humorado filme. Que nestes dias chuvosos são a companhia perfeita. (imdb)
Tom Ford em 2009 estreia-se como realizador no filme "A Single Man", e que filme! Com Colin Firth e Julianne Moore tem já duas boas razões para querer ver este filme. Que trata um professor universitário, nos anos 30/40 que ao perder o seu companheiro num acidente automóvel perde também a vontade de viver. Fica já o aviso que é o filme de autor e por isso tem todos os inconvenientes e convenientes de um filme deste tipo.
Por mais simples e inesperado que o final seja, há nele qualquer coisa que me faz gostar deste filme... (imdb)